Uma comparação entre os pleitos de 2016 e 2020

Gabriel da Costa

Sob cenário pandêmico, as eleições municipais de 2020 foram marcadas por peculiaridades que colocaram novas óticas sobre a construção de campanhas políticas, principalmente em ambientes virtuais. Para evitar a aglomeração de pessoas e impedir que medidas sanitárias fossem violadas, as campanhas de rua foram suspensas durante o período eleitoral, levando candidatos a reforçarem suas atividades nas redes sociais online (RSO).

Essa medida veio em conjunto com a reforma eleitoral de 2015 que, dentre outras medidas, reduziu as durações das campanhas no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral e reduziu também os valores de financiamento externo permitidos para campanhas como um todo, também incentivando que a atividade de atores políticos em redes sociais fosse alavancada, por apresentarem um baixo custo para uma maneira alternativa de interagir com o eleitorado.

Tomando as eleições para prefeitura em Curitiba em 2020 como exemplo, a atividade dos candidatos na rede social Twitter foi maior em relação às eleições anteriores. Das 16 candidatas e candidatos na disputa (número expressivo por si só), 13 utilizaram da rede para impulsionar suas campanhas. Em comparação, a prefeitura de Curitiba em 2016 foi disputada por 9 candidatas e candidatos, dos quais 7 utilizaram Twitter como plataforma de campanha.

Durante os períodos referentes aos primeiros turnos das eleições de 2016 e 2020, a diferença de quantidade de tweets é grande. Em 2016, durante o primeiro turno, os candidatos postaram 1.807 tweets.

Tabela 1 – Total de tweets por candidatos no primeiro turno de 2016

Fonte: Hermann (2016).